sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Loucura

Nas grandes cidades, onde há um grande conglomerado de pessoas, é muito comum passar por centenas e até milhares de pessoas por dia.

Nos acostumamos com grandes quantidades de pessoas. Para quem mora em São Paulo, não é incomum entrar em um metrô às 18hs e não precisar nem segurar em nenhum apoio, dado que há mais pessoas por metro quadrado do que na 25 de março em época de Natal.
Passamos por pessoas na rua mas não notamos ninguém.
No meio do caminho encontramos um morador de rua caído no chão. Simplesmente desviamos o caminho e continuamos. Logo em seguida um grupo de adolescentes com cabelos esquisitos e roupas estranhas. Não é difícil encontrar algum casal de homossexuais também, um deles sofreu abuso na infância. Passamos por uma senhora com olhar triste por seus filhos não a procurarem e seu marido já ter falecido, porém ninguém sabe disso na rua.
No meio de caminho vemos um executivo andando rápido para uma reunião, quase não dá para perceber que está em processo de divórcio e seu coração está quebrado por ver seu filho adolescente revoltado com isto e voltou completamente bêbado e drogado para casa no último sábado.
Por fim uma jovem de roupa preta com olhar pertubado passa e está planejando como vai se matar.
Enfim, passamos por tanta gente mas não enxergamos ninguém.
É bem estranho, pois tudo que cada uma dessas pessoas quer é ser notado. Todos queremos ser notados, queremos estar inseridos em algum lugar onde somos queridos, bem quistos.
Nessa correria tudo passa pela nossa cabeça, as coisas a fazer, o dinheiro a ganhar, as contas a pagar, onde temos que ir. E nos perdemos no meio do caminho. Em algum lugar perdemos a essência da nossa alma. Em algum lugar ficou para trás aquela criança sonhadora que queria se divertir e que acreditava realmente que Deus podia fazer todas as coisas.
Nos perdemos no meio da loucura da vida, e nos tornamos loucos. Loucos por deixar nossa vida ser apenas uma estatística. Loucos por permitir que nossos semelhantes estejam em situações deploráveis, loucos por colocar aquilo que é inútil no lugar daquilo que é imprescindível. Loucos.
Quando chegamos no ápice da loucura, então olhamos para cima. Deus por quê? Onde está o Senhor? Por quê minha vida está desse jeito?
E Deus olha para nós com amor e nos ajuda a voltar a ser como aquela criança. Ele sequer passa um sermão dizendo que a culpa é toda nossa. Ele nos levanta, nos abraça e nos direciona para um novo caminho.
É nesse caminho que quero estar. Onde há pessoas de verdade. Indivíduos notáveis e admiráveis. Cada um com características maravilhosas. Cada um criado a imagem e semelhança de Deus, cada um com a eternidade em seu coração.
Por Daniel Simoncelos

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