domingo, 20 de março de 2011

Adoração e adoradores

Adorar é a postura de um coração que acredita; que não está condicionado a exaltar Deus simplesmente pelo que pode fazer e sim por quem ele é;  assim fez o apostolo Paulo demonstrando que circunstancia alguma poderia separá-lo do amor de Deus, nem tribulação, angustia, perseguição, fome, nudez, perigo ou espada seriam capazes de silenciar sua voz. Em outra ocasião, Paulo adora expressando que havia aprendido a se contentar em qualquer situação, na necessidade ou na abundancia, “posso todas as coisas naquele que me fortalece”.

Outro exemplo a ser destacado foi o comportamento dos três jovens, amigos do profeta Daniel, que, diante do risco de serem lançados na fornalha, caso não se prostrassem diante de uma estátua, responderam a Nabucodonosor, rei da Babilônia, “o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer”, disseram, inflamando ainda mais a fúria do rei.

Em sentido mais amplo, adorar significa servir, render, reverenciar. Estes são alguns dos sinônimos do termo adorar. O pastor e teólogo José Mathias Acácio, explicou que adoração não é simplesmente um estilo de vida. Para ele “adoração é a própria vida. É o transbordar de um coração puro e grato, impulsionado pelo sentimento da presença do Espírito Santo que o faz conhecer a soberania divina”.

Para a Bispa Sonia Hernandes, uma das fundadoras da igreja Renascer em Cristo e líder do grupo de louvor Renascer Praise, “a adoração é uma comunicação espiritual em nível elevado que envolve sons e só deve ser empregada a Deus. Só Ele é digno de toda a adoração”, explicou. Na opinião da Bispa, nesse processo a música desempenha papel fundamental, pois a mesma está incutida em cada ser humano, “até nossa fala tem uma música”, afirmou.

Os ensinos de Jesus Cristo sobre adoração
Jesus Cristo modificou o comportamento humano com seus ensinamentos. Suas palavras provocavam e confrontavam as pessoas a terem atitudes movidas pelo sentimento sincero produzido no coração levando as pessoas à conversão de dentro para fora. “O que sai do ser humano é o que o torna impuro, pois de dentro do coração dos homens que procedem os maus pensamentos”, afirmou Jesus. Desse modo, o mestre demonstrava que se o coração é grato, humilde e honesto, as atitudes também serão.
Segundo Jesus Cristo, a adoração não tem hora, nem lugar para acontecer. “Nem no monte, nem em Jerusalém”, disse ele à mulher samaritana desassociando a idéia de que havia um lugar fixo para adorar. Jesus prosseguiu, “os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade”.

Adoração e seus elementos
É quase impossível falar de adoração sem mencionar os elementos que contribuem para que ela aconteça. São, alguns deles a oração, a música, o batismo, que é confissão pública da fé, celebração da ceia do Senhor, enfim, são veículos que ajudam a exteriorizar a adoração. O pastor Matias Acácio falou da importância da música no culto, mas acrescentou outros elementos que fazem parte da atitude do adorador. “A tua oferta e o teu dizimo é um ato de adoração. A pregação é um ato de adoração”, afirmou.

A Bispa Sonia fez uma observação sobre a pessoa do adorador esclarecendo que o comportamento deste não está condicionado ao momento do louvor dentro do templo. “Adoro ao Senhor quando vou fazer uma visita, ou quando estou trabalhando. Que as nossas atitudes venham despertar a adoração na vida de outras pessoas, que venham falar e glorificar a Deus”. Ela reiterou, “Jesus veio trazer um novo tipo de adoração. Veio despertar a adoração. Vemos isto desde quando ele estava no ventre, Maria, chegando à casa de Isabel despertou a adoração no seu ventre”.

A música na adoração
Evidencias encontradas na Bíblia, reforçam que a música é uma arte antiga e propícia para conduzir a adoração a Deus. O Gêneses, livro da criação, relata a existência de um homem conhecido pelo nome de Jubal. Este desenvolvia instrumentos que emitiam sons através de cordas e do sopro, possibilitando aprofundamento no universo musical. Assim, ficou conhecido na história como o pai de todos os que tocam harpa e flauta. A Enciclopédia de Teologia e Filosofia ressalta que a música, de conformidade com Aristóteles, é a mais ‘moral’ de todas as artes. Deus, a quem podemos considerar criador da música, permitiu que fosse inserido entre os 66 livros que compõe a Bíblia, um, dedicado à adoração, a saber, o livro dos Salmos, coletânea de hinos cujo significado é tanger ou tocar, uma alusão ao tocar das harpas e outros instrumentos de cordas.

A epistola de João afirma que a fé vem pelo ouvir da palavra de Deus, e nesse processo, a boa música Cristã é responsável pela proclamação do nome de Jesus. Nesse aspecto a Bispa Sonia acredita que a música evangélica tem cumprido seu papel. “Hoje estamos vivendo uma revolução. Aquilo que era rejeitado, abominado, hoje vemos os principais canais de televisão abrindo os seus espaços que eram praticamente blindados para a música gospel, hoje convidando, desejando. Hoje em dia é assumido que a música gospel tem muita importância para a sociedade, sem barreiras”, disse convicta a Bispa Sonia.

O Apostolo Estevam Hernandes, também fundador da igreja Renascer considera satisfatório o progresso alcançado pela música evangélica e manifestou preocupação quanto ao direcionamento do louvor apresentado. Para ele é necessário manter “equilíbrio para que não se perca a visão espiritual”. Estevam destacou ainda que existem barreiras para serem superadas, e apontou para uma delas, “o trabalho totalmente voltado para pessoas que estão dentro da igreja, sem se preocupar com as pessoas que estão fora e precisam receber a Jesus”, ponderou.
Oferecer a Deus exaltação por meio da música requer ritmo, poesia, melodia. Paulo o apostolo, incentivava os cristãos de sua época a falar em salmos, hinos, cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no coração. O casal Hernandes persegue um objetivo; o de entregar a Deus adoração em música contendo todos os ritmos. O apostolo Estevam considera um ponto negativo da igreja não cultivar os mais variados ritmos “acho negativo a restrição de as pessoas acharem que existe apenas um ritmo chamado adoração e achar que só esse ritmo agrada a Deus” concluiu.

Adoração de eternidade a eternidade
Desde as épocas mais remotas a adoração já fazia parte da vida na eternidade, logo, passou a existir no convívio terreno, social, a partir do momento que Deus criou Adão e Eva seres pensantes com a capacidade de escolher, com livre arbítrio.

De acordo com a Bíblia Sagrada, Deus é venerado desde antes da fundação do mundo e o instrumento condutor para a realização deste ato era a música. O livro de Jó, considerado um dos mais antigos escritos do Antigo Testamento, apresenta indícios de que seres utilizavam a música para oferecer adoração ao Senhor, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”, demonstrando que a música já existia com essa finalidade.

Desse modo Deus era elogiado, louvado desde a eternidade por sua criação e sempre será. O apostolo João relatou no livro do Apocalipse que teve uma visão da cidade celestial e ao observá-la notou que não havia lugar de adoração. “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus todo poderoso, e o cordeiro”, descreveu João.  Lá não haverá necessidade de um local especifico para adoração, pois adorar será uma atitude natural. Que tal começar agora?

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