Na verdade, ninguém pode viver sem submissão as autoridades constituídas, sejam elas partindo do poder no seio familiar, político, militar, religioso, etc. No entanto, toda autoridade deve visar em primeira instância a ordem e o bem, e jamais a destruição ou o mal.
Ao homem, Deus outorgou autoridade e livre arbítrio sobre o ambiente em que vive, mas ficou claro que o homem não somente quis exercer autoridade sobre as coisas, mas também, de forma destrutiva sobre a liberdade alheia.O mundo conheceu por diversas vezes o poder totalitário, egoísta, doentio, que trouxera as páginas da história da humanidade, o registro da privação da liberdade, sangue derramado e morte conquistada pela arbitrariedade. Por outro lado, também se registra casos de povos e nações, grupos e organizações que num período de tempo, foram conduzidos por pessoas com sábia autoridade, proporcionando progresso e bem estar. Estas souberam exercer com humanidade e altruísmo o seu poder, antes de mais, permitida e abençoada por Deus.
Deus o Criador, é na verdade o maior exemplo para a humanidade de um Ser que exerce com perícia, maestria e perfeição a autoridade, mas Deus não somente tem autoridade, como Ele próprio é poder gerador de autoridade, que criou todas as coisas e pelo seu poder mantém o equilíbrio de todo o universo.
Todavia, a humanidade vive um verdadeiro caos. O caos existencial, o caos que começa dentro do próprio homem, a ponto de não saber usar da sua própria liberdade, fazendo dessa, um instrumento de destruição de si mesmo e do próximo. Agora, somente Deus tem o poder de restaurar a ordem das coisas, e para isso enviou o seu filho que, sob a autoridade de Deus recebe poder, mas não só; o amor de Jesus é que na verdade trás, à sua autoridade, o brilho, a lucidez e a ordem ao coração da humanidade. Toda vez que o homem se considera auto-suficiente, destrói sua capacidade de aprender e não se abre para as possibilidades de pensar. Por isso, Jesus nos diz prazerosamente “Aprendei de mim, pois sou manso e humilde”. Certa vez, Jesus estava comendo em casa de pessoas não recomendadas socialmente. Chegaram alguns fariseus e o reprovaram por ser Ele amigo de publicanos e comer com pecadores. Os publicanos eram coletores de impostos a serviço de Roma, e não seguiam rituais religiosos. Ao ver a arrogância dos fariseus, Jesus deu a eles uma profunda lição para treinar a emoção daqueles homens rígidos, autoritários e destituídos de sensibilidade. Esta lição agregava fundamentos sociológicos, psicológicos e educacionais profundos, para mostrar aos fariseus e ao mundo, o valor incondicional da vida, ao tempo em que estilhaçou a arrogância e o autoritarismo.
Jesus contou-lhes a parábola da ovelha perdida, comparando-a com a importância que têm as almas perdidas, porém não usou de autoritarismo para repreendê-los. Deixou um sólido exemplo de um educador, que através da humildade e do amor conseguiu desenvolver afavelmente as relações humanas, apesar de viver em um regime político antidemocrático, sem nenhuma liberdade de expressão. Ele, apesar de estar imbuído da autoridade de Deus, proclamou uma liberdade que teve por base o diálogo afável. No sermão do monte das oliveiras, bradou eloqüentemente “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt:5:9). Constatamos que na vida cotidiana, os bem-aventurados são aqueles que têm dinheiro, status, cultura acadêmica, etc. Todavia, para o Mestre da vida, os bem-aventurados são os que exalam a paz por onde passam, atuam como bombeiros da emoção, são capazes de abrandar a ira, o ódio, a inveja, o ciúme, sentimentos instituídos de autoritarismo, mas, sem respaldo sócio-emocional. Jesus não cativava as pessoas apenas pelos seus milagres, mas, muito mais pela sua sensibilidade, pela maneira segura, afável e penetrante de ser. Como garimpeiro do coração, procurava homens que o seguissem com liberdade e consciência, que compreendessem sua mensagem de vida. Os discípulos do Mestre de Nazaré tinham comportamento rebelde, mas Ele os amava independentemente de seus erros. O que preocupava Jesus era o desafio de transformá-los intrinsecamente.
Muitos homens expandiram o mundo das idéias no campo espiritual, filosófico, sociológico, psicológico, físico, como, Tomás de Aquino, Hume, Bacon, Spinoza, Kant, Descartes, Galileu, Voltaire, Rosseau, Shakespeare, Hegel, Marx, Newton, Freud, Einstein, entre outros. Tais homens influenciaram gerações. Jesus não apenas influenciou gerações com suas idéias, mas, causou a maior revolução da história. O seu nascimento dividiu a história. Por onde passou deixou todos atônitos tantos os que o amavam, quanto os que o rejeitaram. Os seus inimigos ficavam perturbados, mas, faziam plantão para ouvi-lo, os seus amigos, mesmo passando por tormentas, não conseguiam deixar de segui-lo. Suas palavras resgatam o sentido da vida. Muito do que eu e você pensamos sobre a vida, as relações sociais, o amor, o respeito pelos direitos humanos, o poder, está ligado aos pensamentos que Ele transmitiu. Ele foi contra a lógica autoritária religiosa, política, sócio-econômica de sua época; rejeitou a escola dos cultos e preferiu a escola da vida; não quis assentar-se em um trono confortável, preferindo a pele de um carpinteiro; Ele andou na contra-mão da ansiosa busca pela fama; Ele não ostentava o poder que possuía, embora sendo Deus, insistia em ser reconhecido como “filho do homem”, e, inesperadamente se dobrou aos pés dos homens, pegou uma toalha, uma bacia de água e começou a lavar silenciosamente os pés dos seus incultos e rígidos discípulos. Seu gesto refletia muito mais que humildade, expressava o mais excelente treinamento da emoção. Treinou homens para ser livres, conscientes e felizes. Deu liberdade incondicional para que eles repensassem suas atitudes e reescrevessem a sua história.
Somente Jesus exerce sobre nossas vidas a autoridade libertadora e transformadora, trazendo aos corações a verdadeira paz e, esperança de vida eterna. Jesus tem autoridade sobre todas as coisas, quer na natureza (Mt 8.23-27), quer sobre as enfermidades (Mt 9.1-8) até mesmo sobre espíritos maus (Mt 8.28-34), estes são verdadeiros causadores de perturbações e desordem, e, somente a autoridade e poder de Jesus nos livrará de tais espíritos. Portanto, somente reconhecendo em seu coração a autoridade e poder do Senhor Jesus e convidando a Ele para reinar em sua vida, você conhecerá a vida plena de paz que Deus tem para seus filhos. Amem.
Por: Pr. Gutemberg
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