segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Silêncio e Renúncia
Sabemos que Jesus foi humilhado, caluniado. Foi acusado de fazer o mal, sem nada ter feito. Foi açoitado, ferido, desprezado e difamado… Diante de tudo isso que Jesus sofreu, uma característica chama a atenção: ele abriu a boca em defesa própria. Essa foi a escolha que Ele fez.
As palavras do profeta Isaías nos remetem a profundidade desta atitude:
“Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca(…). Deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca”. (Isaías 53: 7, 9)
Nenhum ser humano pode dizer honestamente que sofreu tanto quanto Jesus. Ele foi, de fato, ferido, esmagado, oprimido, afligido, morto. Mesmo sem ter conhecido pecado, ele se fez pecado por nós! Em vários momentos o Senhor Jesus teve a oportunidade de romper o silêncio, e “acabar com tudo”. Mas o seu amor por nós foi maior do que todas as afrontas, e o plano para nossa salvação foi cumprido! Ele escolheu morrer por nós, calado!
Quando silenciamos e renunciamos o nosso “direito de defesa”, o Senhor vem em nosso favor. Por isso é dito que “bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor” (Lam. 3:26). Foi assim com diversos homens de Deus descritos da Bíblia, que decidiram abrir mão da sua razão e de seus argumentos para ver o que o Senhor faria. Foi assim com nosso Mestre. E em algum momento, poderá ser assim conosco.
Talvez você tenha sido também ferido, humilhado. Com certeza tal sofrimento é infinitamente menor do que o de Jesus – mas o fato dele ter sofrido mais que a soma de todos os nossos sofrimentos não o impede de compreender nossos sentimentos, pelo contrário, Ele sempre está com as mãos estendidas!
Quando estamos em momentos como este, precisamos fazer uma escolha: ou vamos nos encher das nossas justificativas e explicações, ou vamos simplesmente silenciar, entregar nas mãos de Deus e renunciar os “nossos direitos”.
Em algum momento da situação, provavelmente você estará com a “faca e o queijo na mão”, com a chance de acabar com tudo. Seu opressor estará em suas mãos e você poderá fazer a sua própria justiça. Mas o que você realmente deseja? A sua própria justiça ou a justiça do único Justo no universo?
Façamos como Davi, que embora pudesse, não atentou contra a vida de Saul. Façamos como José, que embora pudesse, não retribuiu o mal que seus irmãos lhe fizeram. Façamos como Jesus, que mesmo “sendo Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fil 2:6-8)
Que Deus nos abençoe,
Helder Assis
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