sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Amar é doar sem querer nada em troca

















1ªLeitura: (Êxodo 22:21-27)
“Leis civis e religiosas para defender os fracos, oprimidos, órfãos, necessitados e forasteiros.”
2ªLeitura: (I Tessalonicenses 2:1-8)
“A verdade é que nunca usamos linguagem de bajulação, nem de intuito ganancioso.”
3ªLeitura: (Mateus 22:34-46)
“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.”
Os judeus, talvez por terem sofrido injustiças e passado por privações durante tanto tempo, desde os trabalhos forçados na escravidão do Egito, até os maus tratos e crueldades no cativeiro babilônico, encheram o coração de revolta e embora a lei não determinasse, cultivavam uma jurisprudência de ódio contra os seus inimigos e não viam com bons olhos a presença de estrangeiros.(Mat. 5:43).
Peregrinos e sem terra, vagavam nômades pelos montes, vales e desertos em busca da terra que Javé havia prometido a eles através do patriarca Abraão. Os sofrimentos, as tribulações e humilhações a que foram submetidos pelos seus opressores forjaram neles um caráter aguerrido, valente e sedento de vingança.
Ao chegarem em Canaã, a Terra Prometida por Deus a Abraão e à sua descendência, encontraram outros povos habitando nela.(Gen.12:7).
Como legítimos proprietários, declararam guerra aos invasores, reconquistaram os espaços ocupados, destruíram as cidades e os patrimônios existentes e se estabeleceram na “Terra que mana leite e mel.”
Depois de passarem tanto tempo como nômades, sob um regime essencialmente teocrático, mudaram para uma semi-democracia tribal, onde os juízes, anciãos do povo e sacerdotes se reuniam para legislar. O povo saíra do nomadismo para o sedentarismo e necessitava de um governo com novas leis e com unidade de comando.
Veio então a monarquia cujo poder emanava do rei, acolitado e aconselhado pelos ricos sob a tutela tácita dos sacerdotes que legislavam em causa própria, deixando os fracos e os pobres sem a proteção da lei, a mercê das injustiças sociais praticadas pelos detentores do poder.
Apareceram, então, os profetas, para denunciar os pecados dos reis, dos ricos e poderosos, advertir os legisladores, exigir direitos e justiça em favor dos fracos e pobres e defender os direitos dos forasteiros.(1ª leitura).
O profeta Isaías adverte: “Ai dos que decretam leis injustas e de opressão para negarem justiça aos pobres e tirarem os direitos do povo.” E denuncia: “Pelo que o direito se retirou, a justiça se pôs de longe, a verdade anda tropeçando pelas praças e a retidão não pode entrar. Sim, a verdade sumiu e quem se desvia do mal é que vai para a prisão.”(Isaías 10:1 e 59:14 -15).
Como no tempo dos profetas acontece hoje com os poderes executivo, legislativo e judiciário que se mancomunam para oprimir o povo com a conivência tácita ou declarada de líderes de muitas igrejas que vivem de mãos dadas com políticos inescrupulosos usando com eles “linguagem de bajulação com intuito ganancioso” e não raro, eles próprios, exploram e oprimem o povo incauto com promessas falsas e propaganda enganosa, ao contrário do que Paulo, Silvano e Timóteo praticavam na comunidade de Tessalônica.(2ª leitura).
Pastores e líderes que abandonaram o ministério profético; se afastaram da vida simples e modesta dos servidores do povo de Deus e se tornaram ricos e poderosos a custa da extorsão e exploração da religiosidade e ingenuidade de um povo sofrido, crédulo e de boa fé.
Homens e mulheres que não amam o próximo como a si mesmos.(3ª leitura).
Amam somente a si próprios, e vêem o próximo apenas como alguém de quem se podem aproveitar, enganando-o e extorquindo-o.
O verdadeiro amor ao próximo se restringe naquilo que se quer dar a ele de coração e não no que se quer tirar dele sem coração.
Rev. Guilherme Luz.

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